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Robert Parker |
É
da natureza humana classificar e conferir notas a tudo. Parece que não
entendemos aquilo que não conseguimos medir.
Por
isso, um sistema que orienta e influencia as opções de compra de vinho de
milhões de consumidores (sommeliers, enófilos ou apenas apreciadores) é o da
classificação e pontuação de vinhos.
Centenas
de blogs se dedicam a publicar notas de degustação (incluindo nosso blog
récem-nascido), e experts como Jancis Robinson e Robert Parker se tornaram
celebridades. Mas a imparcialidade desse sistema foi posta em dúvida quando em
Dezembro de 2011 um dos críticos da The Wine Advocate (de propriedade de
Parker), Jay Miller, foi acusado de receber dinheiro em troca de boas notas de
vinhos espanhóis.
No
último dia 12 Robert Parker fez mais um movimento em sua defesa, liberando um relatório com as investigações feitas pela empresa Cozen O'Connor sobre o caso Jay Miller.
Parker publicou o relatório em
área restrita a assinantes da The Wine Advocate, acrescido da declaração: "Integridade, credibilidade e independência
são os pilares do nosso negócio, e serão mantidos custe o que custar",
escreveu ele.
Idas e vinhas...conseguiu
visualizar um extrato do relatório (veja aqui), o qual declara que a
investigação feita pela empresa não revelou "nenhuma evidência de
desonestidade por parte da The Wine Academy of Spain (TWAS)", que
coordenava as visitas às vinícolas, eventos particulares e as degustações
espanholas; e que Jay Miller não recebia nenhum bem ou pagamento pelas visitas,
degustações e avaliações".
O relatório, porém, aponta
que a TWAS "turva as linhas entre as degustações para a classificação na The
Wine Advocate e eventos privados patrocinados pela TWAS".
O relatório da Cozen
O'Connor elege uma causa no mínimo curiosa para o “mal entendido”: o fato de
Jay Miller não dominar a língua espanhola, o que não o deixava totalmente a par
do que ocorria nos eventos dos quais participava. (Nota do Idas e vinhas...:
ah, então está explicado...)
A Cozen O´Connor, em suas considerações finais,
recomenda fortemente algumas medidas a Parker:
1) rompimento de relações com a TWAS e seu
representante Pancho Campo;
2) adoção de novas regras sobre a participação de seus críticos em eventos particulares;
2) adoção de novas regras sobre a participação de seus críticos em eventos particulares;
3)
revisão das normas para escritores da The
Wine Advocate;
4)
modificar os termos de compromisso dos críticos autônomos contratados;
5)
retirada de qualquer publicação de notas liberadas por Jay Miller para vinhos
espanhóis desde 30 de junho de 2011;
6)
manutenção da prática de supervisionar ativamente as críticas emitidas;
7)
exigência de maior detalhamento sobre as notas de despesa e reembolso;
8)
proibição de que seus contratados conduzam eventos particulares quando
estiverem viajando pela The Wine Advocate;
9)
cooperação com a investigação paralela que a International Masters of Wine está
conduzindo sobre os fatos.
Embora no relatório conste que Jay Miller deixou a The Wine Advocate em Janeiro de 2012,
consultamos o site hoje e Jay ainda aparece como crítico.
Fontes
consultadas para esse post:
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