França,
Itália, Portugal, Chile….Não é preciso ser enólogo para reconhecer a mais pura
tradição vinícola nesses países. Ao abrirmos uma garrafa de um tinto do novo ou
do velho mundo, ao sentirmos os primeiros aromas de um cálice de vinho do
Porto, nossa formação sensorial ocidental já nos prepara para sensações
conhecidas. Mais ou menos encorpado, aromas florais nos brancos, frutas frescas
nos vinhos jovens, couro e tabaco nos tintos mais lonjevos, reflexos violáceos,
tudo isso aprendemos logo nas primeiras degustações.
Mas
o que esperarmos de um vinho branco produzido no Japão? Qual a estrutura de um tinto
produzido na Geórgia, uma ex-república soviética? Quais aromas são liberados de
um tinto do Líbano?
Tentando
responder a essas questões, participei de uma degustação de vinhos exóticos.
Foram 09 vinhos que me guiaram por terras distantes e revelaram aromas
inesperados. Muitas sensações para serem todas descritas no espaço dessa
coluna. Sendo assim, aqui estão as impressões mais marcantes.
O
branco produzido no Japão, Magrez Aruga, de uma uva chamada Koshu, surpreende
pelo aroma marcante de manteiga, lichia e floral, corpo leve, de um frescor
ideal para a primavera que chega. A casta Koshu é a mais tradicional do país, plantada
há mais de mil anos.
O
tinto Talisman Georgian Wine produzido na ex-república soviética da Geórgia
pela Telavi Wine Cellars trouxe surpreendentes aromas florais e de licor de
jabuticaba. Produzido a partir de castas impronunciáveis (Mujuretuli,
Usakhelauri, etc...), sua fermentação é conduzida em vasos de barro.
O
Líbano evoca imagens exóticas e sabores de tâmaras e frutas secas. Que surpresa
descobrir que um de seus vinhos mais tradicionais e valorizados exibem a
estrutura e os aromas etéreos de um grande vinho de Bordeaux! O Chateau Musar
Rouge, produzido no Vale de Bekaa, tem como base as castas francesas Cabernet
Sauvignon e Cinsault que, aliadas a uma produção bem cuidada, resulta em um
vinho que muito agrada ao nosso sistema sensorial ocidental.
E,
por fim, da Provence, mundialmente conhecida pelos rosés, vem o excelente Vin
Cuit Defrutum. Vinho de sobremesa produzido pelo Chateau Beaulieu, revela
aromas de amêndoa e sândalo. A curiosidade é seu método de produção, que
envolve o cozimento do mosto para concentração dos açúcares (método chamado
“Defrutum” pelos antigos romanos), e envelhecimento em carvalho por no mínimo
um ano.
ENOCULTURA
A
tradição vinícola do Líbano remonta há 6000 anos, e o Vale do Bekaa é a região
mais tradicional da vinicultura libanesa. O Vale do Bekaa situa-se entre as
cadeias montanhosas Monte Líbano e Anti-Líbano. O vale, com mais de 120 km de
extensão, concentra quase metade das terras cultiváveis do Líbano.
Ana Cristina, que delícia este blog. Curtir um bom vinho é sempre muito bom, poder conhecer um pouco mais sobre eles só faz aguçar o paladar e apreciar vinhos cada vez melhores. bj, Lu
ResponderExcluirOi Lu! Que bom que você gostou, seja benvinda!! Beijos.
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