Passeando pelos stands do Festival
Françah! Culture et Gastronomie que aconteceu em Março no Shopping Leblon, nos chamou a atenção um stand
com as charmosas garrafas de vinho da Alsácia.
O
formato alongado e fino da garrafa é característico dessa região francesa muito
próxima da fronteira com a Alemanha e famosa por seus vinhos brancos aromáticos
feitos de uvas não muito convencionais. Outra particularidade é que os rótulos
trazem o nome da uva em destaque, contrariando a tradição francesa de indicar
apenas o produtor.
Após
alguns minutos de simpática e animada conversa com pessoal do stand (da
importadora Alafia,
especializada em vinhos orgânicos e biodinâmicos de produção limitada), fomos
apresentados ao Jeremy Bas, cuja família produz o vinho que compramos. Além do
entusiasmo do Jeremy ao me explicar as características dos vinhos da família,
fiquei intrigada com a uva Auxerrois, que não conhecíamos.
Jeremy representa a oitava geração de uma família
(Kuentz-Bas) que se dedica à produção de vinhos desde 1795. A propriedade se localiza na cidade de
Husseren Les Châteaux , na região mais alta de toda a rota do vinho da Alsácia e a 8km de Colmar.
Essa altitude e as características do solo (argiloso e calcáreo) conferem ao
vinho mineralidade e uma acidez bastante viva. Grande parte da propriedade está
localizada em dois vinhedos gran cru
– Eichberg e Pfersigberg.
Interessante
é que o Jeremy é super simples, e depois descobrimos que a Kuentz-Bas é um
produtor super tradicional e conceituado, citado em guias especializados e
sites como a Wine Spectator!
Vamos ao vinho?
A Trois Chateux é a linha de vinhos biodinâmicos da
Kuentz-Bas, feitos exclusivamente de uvas plantadas em vinhedos próprios
seguindo os princípios da Biodinâmica desde 2004. São certificados desde 2007
pela Agência Francesa de Desenvolvimento e Promoção da Agricultura Biológica (AB – Agriculture Biologique) e desde 2008 pela Demeter.
A Auxerrois é muitas vezes citada como sendo a Pinot
Blanc. No entanto, são muito diferentes. A Auxerrois é bastante aromática, com
notas de especiarias, enquanto a Pinot Blanc é conhecida como sendo pouco
aromática.
A maneira de vinificar o Auxerrois Alsace Trois
Chateaux é muito interessante, totalmente natural: as uvas são delicadamente
prensadas por 8 a 16 horas, para extrair os mais finos aromas. O mosto é então
decantado e depois transferido para os tanques de fermentação. A fermentação é
natural, sem adição de leveduras comerciais, e se desenvolve por 6 a 8 meses.
Ao cessar a fermentação, os vinhos são estabilizados em suas próprias borras e
depois filtrados e engarrafados.
Notas de degustação:
De bela cor amarelo-palha com reflexos dourados. No
nariz, é franco, amplo e fragrante. Percebemos notas de flores brancas (jasmim
e flor de laranjeira), pêssegos, funcho, mel, sal e uma mineralidade bastante
presente. Em boca é bastente fresco, com médio corpo, acidez e álcool bastante
equilibrados. Final longo e muito agradável. Ótima surpresa!
Nossa nota: 89. Nota WS: 88. Um vinho muito bom, de
qualidades especiais.
A faixa de temperatura para consumo dos vinhos brancos geralmente varia entre 4°C e 10°C. Qual foi a temperatura na degustação?
ResponderExcluirOlá Felipe!
ResponderExcluirVinhos brancos de médio corpo podem ser degustados a temperaturas um pouco mais altas (até 12°C). Nesse caso, como o Kuentz-Bas tem estrutura, preferimos degustar a 12°C para percebermos melhor os aromas.
Abraços!