Provamos e aprovamos... Castello di Magione Grechetto 2012

Idas e Vinhas

A Itália é fascinante sob muitos aspectos, e com o vinho não podia ser diferente. O país produz vinhos de alta qualidade em praticamente todo o território (Piemonte, Toscana, Veneto, Abruzzo, Marche, Umbria...) e possui imensa riqueza em castas autóctones (Sangiovese, Nebbiolo, Aglianico, Grechetto, Montepulciano...), o que se traduz em um universo irresistível a ser explorado.


Por isso dedicamos o nosso Wine Club de Julho inteiramente à Itália, oferecendo aos nossos associados uma seleção muito interessante de vinhos que traduzem o charme italiano. Ainda não é membro? Cadastre-se aqui.

O vinho que provamos hoje (e que acompanhou um linguine à Marilyn Monroe – berinjelas, alcaparras, anchovas...) é um branco da IGT Umbria, feito com a casta Grechetto e produzido pela Castello di Magione.

A região
A Umbria é uma região histórica localizada na Itália Central, mais especificamente ao Sul da Toscana, entre Lazio e Marche. O cultivo das vinhas é incrivelmente antigo (cerca de 60 AC!) e continua intenso até hoje nessa região rica em rios e lagos, a única de toda a Itália que não possui costa nem fronteiras internacionais.


Idas e Vinhas
A Umbria possui 2 DOCG (Montefalco Sagrantino e Torgiano Riserva), 13 DOC (Amelia, Assisi, Colli Altotiberini, Colli del Trasimeno ou Trasimeno, Colli Martani, Colli Perugini, Lago di Corbara, Montefalco, Orvieto, Rosso Orvietano ou Orvietano Rosso, Spoleto, Todi, Torgiano) e pelo menos 6 IGT (Allerona, Bettona, Cannara, Narni, Spello, Umbria).

As castas locais dominam os vinhedos. Entre as brancas destacam-se TrebbianoDrupeggio, Verdello e Grechetto, enquanto as tintas mais cultivadas são Sangiovese, Montepulciano e Sagrantino di Montefalco.

Mas também se cultivam castas francesas, com ênfase para a Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir (chamada na Itália de Pinot Nero).

A Umbria não produz vinhos em grande quantidade (são cerca de 1 milhão de hectolitros/ano, o que a coloca como 4ª menor região produtora da Itália), e apenas cerca de 20% recebem o status de DOC/DOCG. Entre eles o mais conhecido é o Orvieto (um blend branco de Grechetto, Trebbiano, Malvasia, Drupeggio ou Canaiolo, Verdello). A Grechetto é bastante valorizada pelo caráter floral e pelo corpo que transfere ao vinho.

A denominação IGT (Indicazione Geografica Tipica) Umbria foi estabelecida em 1992, para permitir certo grau de liberdade tanto quanto às técnicas quanto às castas utilizadas. Antes da criação da IGT, muitos vinhos não conseguiam o status de DOC ou DOCG não por falta de qualidade, mas simplesmente por não serem feitos a partir das variedades ou cortes definidos na legislação. A classificação IGT é voltada à região, ao terroir, sem tanto enfoque nas castas ou estilos.

A casta
A Grechetto é uma casta autorizada e mesmo requerida na composição de brancos na região da Umbria, seja em cortes ou varietais. Por exemplo, no corte do vinho mais famoso da Umbria, o DOC Orvieto, ela entra em uma proporção de 15 a 25%.

De acordo com Jancis Robinson, a Grechetto é uma casta interessante com aromas de frutas cítricas e brancas, levemente herbáceos, de amêndoa e uma textura delicadamente cremosa.

O produtor
A Castello di Magione é uma vinícola jovem, inaugurada em Setembro de 2009, e é uma das marcas da La Società Agricola e Vitivinícola Italiana.

O nome vem da bela construção que fica no centro da vinícola, o Castello de Magione, datado do século XII e que servia de abrigo para os peregrinos e viajantes. Os 32 hectares de vinhedos foram revitalizados e hoje produzem 55% de castas tintas (Pinot Nero, Merlot, Gamay, Cabernet, Sauvignon, Sangiovese e Canaiolo) e 45% de brancas (Grechetto – a principal, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Trebbiano).

Idas e Vinhas

Vamos ao Vinho?
Grechetto Castello di Magione 2012
IGT Umbria. 100% Grechetto. 13% de álcool.
As uvas foram colhidas mecanicamente e os lotes vinificados em separado. Estagia por certo tempo (não especificado pelo produtor) em tanques de aço inoxidável para afinamento.

Cor amarelo ouro médio, muito transparente e brilhante. Aromas delicados e frescos de maracujá, damasco, capim limão, camomila e lírio, de intensidade e persistência médias. Em boca tem textura quase cremosa, corpo leve para médio, boa acidez e álcool equilibrado. É menos aromático que no nariz e os aromas florais se destacam. Final médio e agradável.

Vinho bastante interessante para o dia a dia e uma boa oportunidade de descobrir uma nova casta e saber mais sobre os vinhos italianos.

Nota IV: 83
R$62,20
Importadora: Decanter

Idas e Vinhas

Consultamos para esse post:
Robinson, Jancis; Harding, Julia.; Vouillamoz, José. Wine Grapes.

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