Se você
está em Buenos Aires e não pretende (ou não pode) dar uma "esticadinha"
até Mendoza ou Salta para conhecer, na fonte, os vinhos produzidos pelos “hermanos”,
mas ainda assim quer viver uma experiência "eno-platino-gastronômica",
há uma boa opção no bairro mais boêmio da capital argentina.
A Anuva Wines é uma espécie de
representante e boutique de vinhos argentinos que oferece degustações e harmonização
com agendamento prévio (não se trata de uma loja com acesso livre). Gostamos da
proposta e achamos que valia à pena tentar esta experiência fora de uma
vinícola (vocês sabem que o nosso “barato” é degustar “in loco”).
Todo o
contato para reserva é feito pela internet, pelo sítio virtual. Há cobrança de
metade do valor (feito pelo número do cartão de crédito – que você deverá
fornecer nessa ocasião). Feito isso, eles te mandam um e-mail confirmando a
reserva e informando o endereço (que é meio "secreto"). Apesar do
“segredo”, é bem fácil chegar à Anuva, que fica a poucas quadras da Plaza Serrano, no emblemático e “descolado”
bairro do Palermo Soho.
Ao
chegarmos lá, fomos recepcionados pelo simpático Diego e apresentados aos
demais brasileiros que participariam daquela experiência à mesa conosco: uma
família de São Paulo e um casal de Pernambuco, todos muito simpáticos (para a data
e o horário pretendidos, só havia a possibilidade do tour em português).
No
programa são oferecidos 5 vinhos nacionais com harmonização de pratos/quitutes
(a maioria típicos) preparados ali mesmo e, na ocasião da nossa visita, criados
pelo próprio Diego, que se inspirou na culinária regional para fazer as
harmonizações com os vinhos que nos seriam apresentados. À propósito (e muito
interessante): há opções para celíacos - basta avisar essa condição no momento
da sua reserva. Na ocasião em que lá estivemos, Diego havia preparado pães e
massas especiais para uma das participantes que, como ele, tinha restrições à
ingestão de derivados de trigo.
Os vinhos
são apresentados: o guia explica a origem de cada um, mostra no mapa onde foi
produzido, informa algumas características climáticas, geológicas e culturais
da região, fala do produtor etc... E cada vinho é acompanhado de um
"comes" específico. Queijos, pães, embutidos e patês, depois uns
canapés, uma empanada de carne (que não poderia faltar, claro), um prato
picante à base de milho (muito saboroso) e, por fim, trufas de chocolate meio
amargo - tudo adequado a cada vinho. E tudo muito bom!
O melhor
(ou não...) dessa história toda é que você acaba “trocando figurinha” também
com os demais participantes sentados à mesa e, como éramos todos brasileiros (e
o brasileiro tem um jeitinho todo especial de ficar à vontade), houve momentos
em que o pobre do Diego "sobrou" na conversa (especialmente a partir
do 3º ou 4º vinho, quando já estávamos mais "soltinhos")... Mas o
rapaz levou tudo na maior fineza e, com muito jogo de cintura, conduziu a
apresentação até o final.
É "mais passeio" ou é
"mais vinho"?
É mais
passeio.
Dos
vinhos degustados, nenhum chegou a nos surpreender ou nos agradar “em cheio”. Os
vinhos eram corretos mas não apresentavam bom custo x benefício – para os
nossos padrões. Trouxemos apenas o espumante Las Perdices Extra Brut, porque o
achamos "especial" (bem diferente de outros que já havíamos provado)
e, como não encontramos outro espumante com o qual compará-lo (dentro do nosso
parco rol de conhecimento a respeito de espumantes), consideramos que valia o
investimento pelo quesito "diferencial".
Agora...
A oportunidade de provar vinhos com "comidinhas" típicas, de ouvir
dicas de harmonização e informações sobre os vinhos, os pratos e suas regiões,
poder conversar sobre o que estávamos degustando e comparar com a produção no
Brasil (já que éramos todos enocuriosos brasileiros à mesa), poder "jogar
conversa fora" sobre dicas de atrações na cidade portenha (o que, aliás, o
pessoal da Anuva também adora fazer)... Enfim, tudo isso "junto e
misturado" tornou a nossa tarde muito agradável e especial! É sem dúvida,
um bom passeio!
¡Salud!
Enocuriosos
*foto do Dagô.
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