A Rioja é uma das
mais prestigiadas regiões vinícolas da Espanha.
É na Rioja onde a
Tempranillo reina como casta de base (tipicamente 70% ou mais) para os tintos. Grenache,
Mazuelo e Graciano são as demais castas utilizadas. Essa mescla, aliada a
rígidas regras de produção, conferem aos vinhos as condições ideais para
evoluírem com elegância durante muito tempo.
É
justamente o sistema de envelhecimento que torna os vinhos da Rioja tão
particulares. Para auxiliar os enófilos inciantes a identificá-los segue uma
explicação básica sobre os Rioja tintos:
Um
Rioja joven é um vinho que não passou
ou passou no máximo 12 meses em barricas de carvalho. Pode ser comercializado assim
que foi engarrafado.
Um
Rioja crianza só pode ser comercializado
no seu terceiro ano, após pelo menos 12 meses de barrica e 6 meses envelhecendo
na garrafa, devendo permanecer na bodega pelo menos 24 meses.
Um
Rioja reserva deve ser armazenado na
bodega por pelo menos 36 meses. Desses 36 meses, pelo menos 12 devem ser de barrica
e outros 12 meses em garrafa.
O
Rioja gran reserva é produzido apenas em safras particularmente boas. Só podem
ser comercializados no 6º ano, com pelo menos 24 meses em barricas e outros 36
em garrafa. Possuem excepcional potencial de guarda.
Vamos ao vinho?
O
Viña Tondonia é produzido pela bodega R. López de Heredia, cuja
história remonta há cerca de 136 anos.
O
vinho que degustamos, ViñaTondonia Gran Reserva 1991, passou 9 anos em barricas e foi produzido com
uma mescla de 75% Tempranillo, 15% Garnacha e 10% de Mazuelo e Graciano.
Tratando-se de um vinho de 22 anos, optamos por decantá-lo para separar eventuais sedimentos. Veja aqui post sobre o assunto.
De cor muito brilhante e sem sedimentos, podemos
dizer que se trata de um vinho mais antigo apenas pela cor vermelho-alaranjado.
No
nariz, mais boas surpresas. Estávamos esperando apenas os aromas de evolução
como couro e pelica, que nem sempre agradam a todos. Mas fomos surpreendidos
por aromas de frutas vermelhas (framboesas, morangos) e frutas secas (ameixas e
figos), além de certo frescor de menta. Ou seja, um vinho de 22 anos que
apresenta aromas primários, secundários e terciários só pode ser um vinho de
excepcional qualidade, que não se degusta todo dia!
Em
boca também surpreendeu. De médio corpo, a acidez bastante presente e o álcool
na medida (12%) mantiveram alto nível de equilíbrio com os taninos ainda
marcantes. Os aromas de boca foram menos intensos que os sentidos no nariz, mas
foram confirmados. Nossa conclusão é que nesse estágio é um vinho maduro, com talvez
umpouco mais tempo de guarda mas que não necessariamente ficará melhor. Então,
para quem possui essa safra, é o momento para abrir!
WS 90. Nossa nota: 91,5.
Dica
de harmonização: assado de tiras Red Angus
com ervas aromáticas (ficou ótimo!).
Este
é um daqueles vinhos que sempre vale a pena ter na sua adega.
Preço:
90 USD, na Sherry Lehmann de Nova Iork (comprado em 2011).
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