Enodicas... Conexão Manhattan – Anfora Wine Bar

Idas e Vinhas

O Anfora Wine Bar aposta em uma carta de vinhos nada convencional. Os vinhos laranja fermentados em ânforas são os destaques desse movimentado winebar localizado no West Village.

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Além de vinhos laranja, anforados, a carta inclui vinhos de países e castas incomuns para muitos enófilos. Mas não se preocupe, nem só de vinhos exóticos é feita a carta do Anfora. Embora o Novo Mundo (Chile, EUA, Argentina, Austrália...) não seja contemplado, a lista é extensa e atende a todos os gostos.

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Aberto em Maio de 2010, o Anfora lota logo cedo e atrai uma clientela jovem e barulhenta. Definitivamente, não é lugar para um encontro a dois.

Uma vez acomodados, iniciamos a exploração. Estávamos lá para provar os vinhos laranja anforados. Mas o que é um vinho laranja? E um vinho anforado?

Em poucas palavras, um vinho laranja é feito com uvas brancas (a Ribolla Gialla é a mais comum) e que foi macerado com as cascas e sementes e fermentado pelas leveduras naturalmente presentes nas cascas. Esse método, desenvolvido há milênios em países como Armênia, Itália e Geórgia, confere mais cor (daí o ‘laranja’), mais aromas e também taninos aos vinhos.
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Já o vinho anforado é aquele que é macerado e/ou envelhecido em vasos de barro (as ânforas). Na Antiguidade, as ânforas eram utilizadas para o transporte e armazenamento de alimentos, especiarias, e azeites. Foram os Romanos que descobriram que, ao serem enterradas, as ânforas eram mantidas em uma temperatura baixa, ideal para o armazenamento e envelhecimento dos vinhos.
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Organizando as ânforas antes de serem enterradas (fotos do site The Georgian Wine Society)
Nos tempos atuais, muitos produtores resgataram essa antiga forma de vinificar (destaque para o italiano Josko Gravner) e aliaram tecnologia de ponta a fim de produzir vinhos anforados. Os grandes vasos de cerâmica (de 400 litros no caso da Kabaj), chamados quevris, qwev-ree ou kveris, são moldados e enterrados de forma alinhada nas cantinas.

Com relação às características sensoriais, os vinhos anforados possuem um sabor bastante peculiar, que associamos a um certo oxidado. Há quem goste e há quem não goste.

Os vinhos que provamos
Iniciamos com o Our Wine Rkatsiteli 2010 (da região de Kakheti, na Geórgia).
A Geórgia (ex-república soviética) figura entre as regiões de produção mais antiga de vinho. Achados arqueológicos indicam que 4000 anos antes de Cristo as uvas eram fermentadas durante o inverno em quevris enterrados.

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Seguimos então com o Amfora 2006, da Kabaj (Eslovênia). O produtor e enólogo da vinícola, Jean Michel Morel, estava apresentando o vinho e nos explicou como era feito. Após retirados os cabinhos, as uvas (Ribolla, Malvasia, Sauvignon Vert) são fermentadas naturalmente e permanecem nos quevris durante 10 meses. Depois desse tempo, o vinho é transferido para barricas de carvalho nas quais estagia por mais 12 meses.

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Idas e Vinhas
Jean Michel Morel
Continuamos a nossa exploração, agora com o italiano Pithos Grecanico 2010 (Azienda Agricola COS, Sicilia).
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Para finalizar, deixamos as ânforas, mas não os vinhos “diferentes”. O Bura Plavac Fresh 2012, tinto aromático feito com a casta Plavac Mali, vem da costa da Dalmácia, na Croácia.

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Valeu a experiência! É sempre muito bom conhecer novos vinhos!

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Além dos vinhos, o Anfora também oferece uma boa seleção de cervejas, drinks e pequenos pratos.

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Serviço:
Anfora Wine Bar
38 8th Avenue. NYC
Phone: (212) 518-2722
events@anforanyc.com
Funcionamento:
Segunda - Sábado 5:00pm - 2:00am
Domingo 3:00pm - 12:00am

Leia aqui os posts sobre o New York Wine Experiences 2013 e o outro wine bar que conhecemos, o Sofia.

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