Provamos e aprovamos... Greywacke Wild Sauvignon 2009 e Greywacke Sauvignon Blanc 2010

Idas e Vinhas

Nesse calor escaldante do Rio de Janeiro, nada melhor do que explorar o frescor e a riqueza de aromas e sabores dos vinhos brancos. Na última sexta-feira, dia 29 de Novembro, a Confraria Idas e Vinhas se reuniu para degustar dois exemplares da casta Sauvignon Blanc.


A Sauvignon Blanc alcança a excelência nos varietais do Vale do Loire (Sancerre e Pouilly-Fumé), destacando-se pela acidez viva e mineralidade. Já quando se trata de Novo Mundo, o Chile destaca-se com os Sauvignon Blanc de intensos aromas de frutas tropicais.

Mas nem França, nem Chile...decidimos por atravessar o mundo e degustar dois vinhos de um produtor da Nova Zelândia (país também conhecido como produtor de destaque de Sauvignon Blanc) que vem nos impressionando: Kevin Judd, proprietário e enólogo da Greywacke.

Dois vinhos da mesma região (Marlborough, na Ilha Sul), da mesma casta e do mesmo produtor...não seriam vinhos iguais? Fizemos a mesma pergunta, resolvemos arriscar e fomos agradavelmente surpreendidos por degustarmos dois vinhos bastante distintos.

Essa distinção é resultante da forma de vinificar os vinhos. O Wild Sauvignon, como o nome indica, é fermentado a partir das leveduras naturalmente (chamadas ‘selvagens’) presentes nas cascas das uvas, além de outros detalhes interessantes no processo de vinificação que resultam em um vinho rico e intenso.

O Sauvignon Blanc, no qual uma parcela (10%) também é fermentada em barris de carvalho, exibe muita refrescância e aromas bem diferentes do Wild Sauvignon. Destacaram-se as notas cítricas, florais e minerais.

Foi uma experiência muito interessante, que demonstrou o quanto diferentes processos de vinificação influenciam as características sensoriais dos vinhos, mesmo quando feitos a partir da mesma casta.

Vamos aos vinhos?

100% Sauvignon Blanc, 13% de álcool
São quase dois anos para o Wild Sauvignon ficar pronto! As uvas (parte delas é colhida manualmente) são levemente prensadas e o suco resultante é decantado a frio antes de seguir para a fermentação em barricas de carvalho francês (não são novas). A fermentação ocorre de forma espontânea e pode levar até 6 meses, e cerca de metade do vinho passa pela fermentação malolática. Após a fermentação, o vinho é retirado dos barris de carvalho e fica mais 5 meses descansando em contato com as borras. Depois da filtragem e clarificação, o vinho é engarrafado e enviado ao mercado após 3 ou 4 meses.

Todo esse processo conferiu ao vinho características muito marcantes. Cor amarelo ouro. No nariz, uma interessante combinação aromática, fresca e adocicada. Aromas bastante intensos e persistentes de abacaxi, maracujá doce e mel, notas de tostado e baunilha, jasmim, limão e capim fresco. De corpo médio, em boca logo notamos o açúcar residual (o importador menciona o termo “Meio seco” no contra-rótulo), que está muito bem equilibrado com os 13% de álcool e a acidez viva. De final longo, muito intenso e persistente, é um vinho muito agradável de beber.

Média do grupo: 90
WS. 89
R$168,00
Idas e Vinhas

100% Sauvignon Blanc, 13,5% de álcool
Lançado no mesmo ano da colheita, o processo é bem diferente do Wild. As uvas são colhidas mecanicamente e a maior parte do mosto é fermentada em tanques de aço com auxílio de leveduras cultivadas (cerca de 10% são fermentados por leveduras selvagens em barricas de carvalho). Como as uvas vêm de diferentes parcelas, cada uma é vinificada em separado. O blend é feito no final de Julho e descansa por mais um mês até o engarrafamento.

Frescor foi a característica mais marcante desse vinho. Cor amarelo palha com reflexos esverdeados. No nariz, aromas de jasmim, limão, pêra e capim fresco, além de notas de abacaxi e feno cortado. Em boca, é seco, de corpo médio e bastante equilibrado. Menos complexo que o anterior, mas também muito agradável de beber.

Média do grupo: 88
WS. 92
R$110,00 
Idas e Vinhas

Veja aqui o post que fizemos a respeito do Pinot Noir da Greywacke.
Greywacke é importado pela Casa Flora.

Comentários