Nesse calor
escaldante do Rio de Janeiro, nada melhor do que explorar o frescor e a riqueza
de aromas e sabores dos vinhos brancos. Na última sexta-feira, dia 29 de
Novembro, a Confraria Idas e Vinhas
se reuniu para degustar dois exemplares da casta Sauvignon Blanc.
A
Sauvignon Blanc alcança a excelência nos varietais do Vale do Loire (Sancerre e
Pouilly-Fumé), destacando-se pela acidez viva e mineralidade. Já quando se
trata de Novo Mundo, o Chile destaca-se com os Sauvignon Blanc de intensos
aromas de frutas tropicais.
Mas
nem França, nem Chile...decidimos por atravessar o mundo e degustar dois vinhos
de um produtor da Nova Zelândia (país também conhecido como produtor de
destaque de Sauvignon Blanc) que vem nos impressionando: Kevin Judd, proprietário
e enólogo da Greywacke.
Dois
vinhos da mesma região (Marlborough, na Ilha Sul), da mesma casta e do mesmo
produtor...não seriam vinhos iguais? Fizemos a mesma pergunta, resolvemos
arriscar e fomos agradavelmente surpreendidos por degustarmos dois vinhos bastante
distintos.
Essa
distinção é resultante da forma de vinificar os vinhos. O Wild Sauvignon, como o
nome indica, é fermentado a partir das leveduras naturalmente (chamadas ‘selvagens’)
presentes nas cascas das uvas, além de outros detalhes interessantes no
processo de vinificação que resultam em um vinho rico e intenso.
O
Sauvignon
Blanc, no qual uma parcela (10%) também é fermentada em barris de
carvalho, exibe muita refrescância e aromas bem diferentes do Wild Sauvignon. Destacaram-se
as notas cítricas, florais e minerais.
Foi
uma experiência muito interessante, que demonstrou o quanto diferentes processos
de vinificação influenciam as características sensoriais dos vinhos, mesmo
quando feitos a partir da mesma casta.
Vamos aos vinhos?
100%
Sauvignon Blanc, 13% de álcool
São
quase dois anos para o Wild Sauvignon ficar pronto! As uvas (parte delas é colhida manualmente) são levemente prensadas e o suco resultante é decantado a
frio antes de seguir para a fermentação em barricas de carvalho francês (não
são novas). A fermentação ocorre de forma espontânea e pode levar até 6 meses,
e cerca de metade do vinho passa pela fermentação malolática. Após a
fermentação, o vinho é retirado dos barris de carvalho e fica mais 5 meses descansando
em contato com as borras. Depois da filtragem e clarificação, o vinho é
engarrafado e enviado ao mercado após 3 ou 4 meses.
Todo
esse processo conferiu ao vinho características muito marcantes. Cor amarelo
ouro. No nariz, uma interessante combinação aromática, fresca e adocicada.
Aromas bastante intensos e persistentes de abacaxi, maracujá doce e mel, notas
de tostado e baunilha, jasmim, limão e capim fresco. De corpo médio, em boca
logo notamos o açúcar residual (o importador menciona o termo “Meio seco” no
contra-rótulo), que está muito bem equilibrado com os 13% de álcool e a acidez
viva. De final longo, muito intenso e persistente, é um vinho muito agradável
de beber.
Média
do grupo: 90
WS.
89
R$168,00
100%
Sauvignon Blanc, 13,5% de álcool
Lançado
no mesmo ano da colheita, o processo é bem diferente do Wild. As uvas são colhidas
mecanicamente e a maior parte do mosto é fermentada em tanques de aço com
auxílio de leveduras cultivadas (cerca de 10% são fermentados por leveduras
selvagens em barricas de carvalho). Como as uvas vêm de diferentes parcelas,
cada uma é vinificada em separado. O blend é feito no final de Julho e descansa
por mais um mês até o engarrafamento.
Frescor
foi a característica mais marcante desse vinho. Cor amarelo palha com reflexos esverdeados. No nariz, aromas de jasmim,
limão, pêra e capim fresco, além de notas de abacaxi e feno cortado. Em boca, é
seco, de corpo médio e bastante equilibrado. Menos complexo que o anterior, mas
também muito agradável de beber.
Média
do grupo: 88
WS.
92
R$110,00
Greywacke é importado pela Casa Flora.
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