Dando continuidade ao
controverso assunto, a edição de Dezembro de 2013 da revista inglesa Decanter traz o
experimento da decantação de três vinhos do Porto vintage – são eles: Quinta Vale Dona Maria 2011, Taylor’s 1997 e Graham’s 1980.
Separar
as borras não é o único motivo para decantar o vinho do Porto. O vinho que ficou
durante muitos anos repousando na garrafa precisa ser ‘despertado’ e respirar.
Já o muito jovem necessita ser aerado para que os taninos amaciem e os aromas
das frutas voltem a se expressar.
A metodologia
Embora
decantar o vinho do Porto vintage seja a prática normal, a metodologia
empregada foi a mesma do estudo publicado na edição de Novembro da revista: foi
feita a comparação entre o vinho decantado com o que é degustado logo após a
garrafa ser aberta. O que está sendo testado é a influência da aeração do vinho
em suas características sensoriais.
Os tempos de aeração foram
definidos da seguinte forma: 4 horas, 2 horas, 1 hora e logo após a garrafa ter
sido aberta. Duas garrafas de cada vinho foram abertas em cada um dos tempos
citados; uma foi decantada e a outra não.
A
degustação dos vinhos não foi às cegas pois a proposta não era determinar qual
vinho ou safra é o/a melhor e sim saber se é melhor ou não decantar um vinho do
Porto vintage.
Os rótulos e as safras escolhidas pelos especialistas foram consideradas como sendo: Quinta do Vale Dona Maria 2011 (muito jovem), Taylor’s 1997 (jovem) e Graham’s 1980
(maduro).
Após a degustação dos
vinhos, as conclusões foram as seguintes:
1.
Com exceção do muito jovem, é necessário decantar todos os vinhos, devido às
borras.
2.
Os aromas das frutas dos vinhos jovens são realçados quando há pouca aeração.
3.
No geral, 4 horas é muito tempo.
4.
Lembre-se de que o vinho continuará evoluindo enquanto estiver circulando pela
mesa.
5.
Longo período de aeração não é um substituto para o envelhecimento em garrafa:
um vinho jovem decantado por muito tempo continuará sendo jovem porém cansado.
6.
Decantar vinhos do Porto vintage os torna mais aromáticos; os aromas são mais
afetados que o sabor.
7.
A aeração não afeta o caráter fundamental do vinho, apenas como ele se
expressa.
8.
Decantar muito cedo é pior que mais tarde.
Um
conselho dos especialistas: “É melhor deixar que um vinho se abra um pouco na
taça do que arriscar levá-lo à morte no decanter”.
Acesse
o 1º post da série: Decantar ou não decantar – eis a questão!
Acesse o 3º post da série: Decantar ou não decantar – eis a questão! Parte III: Syrah Rhône & Shiraz Barossa Valley
Acesse o 3º post da série: Decantar ou não decantar – eis a questão! Parte III: Syrah Rhône & Shiraz Barossa Valley
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