Decantar ou não decantar – eis a questão! Parte III: Syrah Rhône & Shiraz Barossa Valley

Idas e Vinhas

Na terceira e última parte do guia sobre decantação, a edição de Janeiro de 2014 da revista Decanter relata os efeitos de decantar três safras de um Shyrah francês da região do Rhône e um Shiraz australiano da região de Barossa Valley. Será que eles se beneficiaram da aeração?

Nessa terceira etapa, os especialistas da Decanter analisaram os efeitos da aeração em vinhos de produtores renomados e que provavelmente apresentariam sedimentos em decorrência do longo tempo de guarda.

A Metodologia
Os tempos de aeração dos vinhos foram definidos da seguinte forma: 4 horas, 2 horas, 1 hora e logo após a garrafa ter sido aberta. Duas garrafas de cada vinho foram abertas em cada um dos tempos citados; uma foi decantada e a outra não.

Todas as garrafas estavam na mesma temperatura, os decanters eram da mesma marca e modelo e a degustação não foi às cegas pois a proposta não era determinar qual vinho ou safra é o/a melhor.

As três safras escolhidas pelos especialistas para os dois rótulos foram as seguintes:
M. Chapoutier, Monierde la Sizeranne, Hermitage 2010 (jovem), 2007 (pronto para beber) e 2001 (no auge).
Henschke, Keyneton Estate Euphonium, Barossa 2010 (jovem), 2006 (pronto para beber) e 2002 (no auge).

Idas e Vinhas

Após a degustação dos vinhos, as conclusões foram as seguintes:
1. Syrah e Shiraz apresentam maior consistência em se tratando de diferentes tempos de aeração, quando comparados aos Cabernet Sauvignon da primeira etapa do estudo (leia aqui). Além disso, suportam melhor longos tempos de aeração.
2. No entanto, os vinhos dessa terceira etapa não se beneficiam com tempos muito longos de aeração.
3. As diferenças sensoriais entre os vinhos decantados e os não decantados são pequenas, especialmente se comparados aos Cabernet Sauvignon. A decantação favorece o nariz, mas em boca pode-se perder o frutado.
4. Para os Syrahs do Rhône, pode ser melhor não decantar safras menos encorpadas.
5. Os Shiraz australianos (pelo menos o que foi degustado nesse experimento) parecem ser resistentes. Decantar ou não é apenas uma questão de escolha.
5. Lembre-se que o vinho continuará evoluindo enquanto estiver circulando pela mesa.
6. Como sempre, é mais arriscado decantar muito cedo que mais tarde.

Leia as duas primeiras partes sobre os experimentos de decantação realizados pela revista Decanter:

Decantar ou não decantar – eis a questão!

Decantar ou não decantar – eis a questão! Parte II: vinho do Porto vintage


Leia aqui o outro post que escrevemos a respeito da decantação de vinhos.

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