Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte I – Viña Montes – Valle de Colchagua


Deixamos a VIK (veja aqui) por volta das 9h e seguimos para a Viña Montes, na direção Sudoeste, na rota para a cidade de Santa Cruz. A Montes também está no Valle de Colchagua, ao Sul da subregião conhecida como Valle Apalta (enquanto a VIK fica ao Norte desse mesmo vale).


As duas vinícolas são próximas, mas para chegar à Viña Montes tem-se que contornar a montanha, o que levou cerca de uma hora e meia. Isso não foi problema, pois o caminho é muito bonito, com os canais utilizados para irrigação ladeando a estrada.

Idas e Vinhas

A vinícola
 A Montes é uma das vinícolas chilenas mais conhecidas no Brasil. Possui um portfólio muito vasto de vinhos de qualidade, produzidos não apenas no Chile, mas também na Argentina (Kaiken) e no badalado Napa Valley (Napa Angel) e na região de Paso Robles (Star Angel) nos Estados Unidos.

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A bodega é uma construção lindíssima, com belos espelhos d’água em perfeita harmonia com os preceitos do Feng Shui, seguidos à risca.

A vinícola foi fundada em 1987 por Aurelio Montes e Douglas Murray, que buscavam realizar o sonho de produzir vinhos de qualidade muito superior ao que se produzia no Chile naquela época. Em 1988 a vinícola ganha mais dois sócios – Alfredo Vidaurre e Pedro Grand, e a vinícola que antes se chamava Discover Wine passa a se chamar Viña Montes.

Nessa visita pudemos constatar que os sócios devem estar satisfeitos com esse sonho: hoje a Montes exporta cerca de 810 mil garrafas por ano, para mais de 110 países. Quantidade e qualidade! O portfólio de vinhos produzidos sob o selo Montes inclui 3 ícones (Montes Alpha M, Montes Folly e Purple Angel), a linha premium Montes Alpha, a linha Montes Limited Selection,a linha Montes Classic e os vinhos especiais (entre os especiais, um rosé bastante agradável, o Montes Cherub).

A temática angélica é muito presente. Anjos, arcanjos e querubins fazem parte da decoração da bodega, da própria marca da vinícola e dos belos rótulos dos vinhos.

A visita
A visita foi rápida mas muito agradável. A guia Maria Vergara já estava à nossa espera e nos conduziu por toda a bodega. Com bastante conhecimento, respondeu calmamente a todas as nossas perguntas.

Os vinhedos, que ocupam 130 ha dessa propriedade em Apalta, são exclusivamente de uvas tintas. As uvas brancas são trazidas do Valle de Casablanca
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Vista do terraço
A produção do vinho é cuidadosa. A vinícola utiliza o princípio da gravidade desde a chegada das uvas, no terraço da bodega. O mosto dos vinhos ícones é fermentado em tanques de carvalho de 10 mil litros, enquanto o premium Alpha fermenta em tanques de aço inoxidável menores, de 5 mil litros. A fermentação é controlada, e pode levar até 1 mês e meio. A trasfega (separação entre o líquido e a borra) é feita com tanques elevadores, e dura no mínimo 8h, podendo levar dias no caso dos ícones.

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Outra peculiaridade é a cave com 600 barricas de carvalho francês, onde os ícones descansam ao som de Cantos Gregorianos...

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A degustação
Outro ponto que achamos muito legal foi a flexibilidade da degustação. Entre todos os rótulos disponíveis no momento, foi possível escolher aqueles que tínhamos preferência em degustar.

A sala de degustação é muito bonita, de onde se vê a cave suavemente iluminada.
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A nossa opção foi a degustação tipo Ícone, que como o próprio nome diz inclui um dos ícones e outros três vinhos. O ícone que escolhemos foi o Montes Folly. Os demais vinhos foram o rosé Montes Cherub, o top malbec argentino Kaiken Mai e o Montes Alpha Chardonnay.

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De um belo amarelo ouro, bastante brilhante, esse vinho permanece 1 ano em barricas de carvalho. Percebe-se essa passagem em madeira pelo aroma de baunilha. Também apresentou notas florais (jasmim), de frutas frescas (pêssego, damasco) e hortelã. Perfeito para a bela manhã que estava fazendo!
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Escolhemos um rosé para não cruzar tão diretamente a fronteira entre o branco e o tinto. Foi uma escolha acertada.

100% Syrah, o Montes Cherub tem cor cereja muito bonita. Bastante frutado, acidez na medida certa e taninos leves, o que conferem um certo corpo ao vinho. Foi servido na temperatura perfeita e foi uma bela surpresa.
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Este Malbec foi batizado com o nome de um ganso selvagem (Kaiken, em dialeto dos índios Pehuenche) que habitualmente cruza os Andes entre o Chile e a Argentina. Esse mesmo caminho foi percorrido inúmeras vezes por Aurelio Montes, no processo de implantação e consolidação da Kaiken em Mendoza. A palavra Mai significa “Primeiro”.

O Mai 2007 passou 18 meses em barricas francesas novas. De cor púrpura muito intensa, no nariz é um vinho com variada gama de aromas, com destaque para os terrosos, vegetais, ameixas maduras e madeira (esta bastante presente, mas sem incomodar). Bem encorpado e com taninos marcantes, é um vinho que já está bastante agradável para ser bebido agora, mas com certeza tem potencial de guarda.
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Com certeza finalizamos com chave de ouro a degustação!

100% Syrah, o ícone Montes Folly passa 8 meses em barricas francesas novas. Esse tempo menor em relação a outros ícones (o Montes Alpha M 2003 passou 18 meses em barrica) fez com que os aromas provenientes da madeira aparecessem de forma mais suave (percebemos principalmente tostado e chocolate), valorizando as notas de ameixas maduras. Embora de 2003, ainda apresentava um frescor de menta.

No palato, é encorpado, com taninos ainda presentes, bastante equilibrado. Com certeza com muita vida pela frente!
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Nossa experiência foi excelente, a degustação é primorosa, enfim, recomendamos muito e com certeza voltaremos à Viña Montes!

Mas, como nossa maratona estava apenas na metade, tivemos que partir rapidamente para o próximo destino: Casa Lapostolle.

Acompanhe a nossa maratona abaixo:

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