Deixamos
a VIK (veja aqui) por volta das 9h e seguimos para a Viña Montes, na direção
Sudoeste, na rota para a cidade de Santa Cruz. A Montes também está no Valle de
Colchagua, ao Sul da subregião conhecida como Valle Apalta (enquanto a VIK fica
ao Norte desse mesmo vale).
As
duas vinícolas são próximas, mas para chegar à Viña Montes tem-se que contornar
a montanha, o que levou cerca de uma hora e meia. Isso não foi problema, pois o
caminho é muito bonito, com os canais utilizados para irrigação ladeando a
estrada.
A vinícola
A
Montes é uma das vinícolas chilenas mais conhecidas no Brasil. Possui um
portfólio muito vasto de vinhos de qualidade, produzidos não apenas no Chile,
mas também na Argentina (Kaiken) e no badalado Napa Valley (Napa Angel) e na
região de Paso Robles (Star Angel) nos Estados Unidos.
A
bodega é uma construção lindíssima, com belos espelhos d’água em perfeita
harmonia com os preceitos do Feng Shui,
seguidos à risca.
A
vinícola foi fundada em 1987 por Aurelio Montes e Douglas Murray, que buscavam
realizar o sonho de produzir vinhos de qualidade muito superior ao que se produzia
no Chile naquela época. Em 1988 a vinícola ganha mais dois sócios – Alfredo
Vidaurre e Pedro Grand, e a vinícola que antes se chamava Discover Wine passa a
se chamar Viña Montes.
Nessa
visita pudemos constatar que os sócios devem estar satisfeitos com esse sonho: hoje
a Montes exporta cerca de 810 mil garrafas por ano, para mais de 110 países.
Quantidade e qualidade! O portfólio de vinhos produzidos sob o selo Montes
inclui 3 ícones (Montes Alpha M, Montes Folly e Purple Angel), a linha premium
Montes Alpha, a linha Montes Limited Selection,a linha Montes Classic e os
vinhos especiais (entre os especiais, um rosé bastante agradável, o Montes
Cherub).
A
temática angélica é muito presente. Anjos, arcanjos e querubins fazem parte da
decoração da bodega, da própria marca da vinícola e dos belos rótulos dos
vinhos.
A visita
A
visita foi rápida mas muito agradável. A guia Maria Vergara já estava à nossa espera e nos conduziu por toda a
bodega. Com bastante conhecimento, respondeu calmamente a todas as nossas
perguntas.
Os
vinhedos, que ocupam 130 ha dessa propriedade em Apalta, são exclusivamente de
uvas tintas. As uvas brancas são trazidas do Valle de Casablanca
.
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Vista do terraço |
A
produção do vinho é cuidadosa. A vinícola utiliza o princípio da gravidade
desde a chegada das uvas, no terraço da bodega. O mosto dos vinhos ícones é
fermentado em tanques de carvalho de 10 mil litros, enquanto o premium Alpha
fermenta em tanques de aço inoxidável menores, de 5 mil litros. A fermentação é
controlada, e pode levar até 1 mês e meio. A trasfega (separação entre o
líquido e a borra) é feita com tanques elevadores, e dura no mínimo 8h, podendo
levar dias no caso dos ícones.
Outra
peculiaridade é a cave com 600 barricas de carvalho francês, onde os ícones
descansam ao som de Cantos Gregorianos...
A degustação
Outro
ponto que achamos muito legal foi a flexibilidade da degustação. Entre todos os
rótulos disponíveis no momento, foi possível escolher aqueles que tínhamos
preferência em degustar.
A
sala de degustação é muito bonita, de onde se vê a cave suavemente iluminada.
A
nossa opção foi a degustação tipo Ícone, que como o próprio nome diz inclui um
dos ícones e outros três vinhos. O ícone que escolhemos foi o Montes Folly. Os
demais vinhos foram o rosé Montes Cherub, o top malbec argentino Kaiken Mai e o
Montes Alpha Chardonnay.
De
um belo amarelo ouro, bastante brilhante, esse vinho permanece 1 ano em
barricas de carvalho. Percebe-se essa passagem em madeira pelo aroma de
baunilha. Também apresentou notas florais (jasmim), de frutas frescas (pêssego,
damasco) e hortelã. Perfeito para a bela manhã que estava fazendo!
Escolhemos
um rosé para não cruzar tão diretamente a fronteira entre o branco e o tinto. Foi
uma escolha acertada.
100%
Syrah, o Montes Cherub tem cor cereja muito bonita. Bastante frutado, acidez na
medida certa e taninos leves, o que conferem um certo corpo ao vinho. Foi
servido na temperatura perfeita e foi uma bela surpresa.
Este
Malbec foi batizado com o nome de um ganso selvagem (Kaiken, em dialeto dos
índios Pehuenche) que habitualmente cruza os Andes entre o Chile e a Argentina.
Esse mesmo caminho foi percorrido inúmeras vezes por Aurelio Montes, no
processo de implantação e consolidação da Kaiken em Mendoza. A palavra Mai
significa “Primeiro”.
O
Mai 2007 passou 18 meses em barricas francesas novas. De cor púrpura muito
intensa, no nariz é um vinho com variada gama de aromas, com destaque para os terrosos,
vegetais, ameixas maduras e madeira (esta bastante presente, mas sem
incomodar). Bem encorpado e com taninos marcantes, é um vinho que já está
bastante agradável para ser bebido agora, mas com certeza tem potencial de
guarda.
Com
certeza finalizamos com chave de ouro a degustação!
100%
Syrah, o ícone Montes Folly passa 8 meses em barricas francesas novas. Esse
tempo menor em relação a outros ícones (o Montes Alpha M 2003 passou 18 meses
em barrica) fez com que os aromas provenientes da madeira aparecessem de forma
mais suave (percebemos principalmente tostado e chocolate), valorizando as notas
de ameixas maduras. Embora de 2003, ainda apresentava um frescor de menta.
No
palato, é encorpado, com taninos ainda presentes, bastante equilibrado. Com
certeza com muita vida pela frente!
Nossa
experiência foi excelente, a degustação é primorosa, enfim, recomendamos muito
e com certeza voltaremos à Viña Montes!
Mas,
como nossa maratona estava apenas na metade, tivemos que partir rapidamente
para o próximo destino: Casa Lapostolle.
Acompanhe a nossa maratona abaixo:
Idas e Vinhas na estrada - Roteiro completo da Volta ao Chile
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 - Viña von Siebenthal – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 parte II - Viña Errazuriz – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte I – Casa Marín – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte II – Matetic – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte I – Altaïr – Valle de Cachapoal
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte II – Santa Helena – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte III – Almoço Casa Silva – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte IV – Viña VIK – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte I – Viña Montes – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte III – Neyen – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte I – Viña Aquitania – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte II – Viña Almaviva – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte III – Antiyal – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte I – Viña Veramonte – Valle de Casablanca
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte II – Viña Loma Larga – Valle de Casablanca
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 - Viña von Siebenthal – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 parte II - Viña Errazuriz – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte I – Casa Marín – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte II – Matetic – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte I – Altaïr – Valle de Cachapoal
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte II – Santa Helena – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte III – Almoço Casa Silva – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte IV – Viña VIK – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte I – Viña Montes – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte III – Neyen – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte I – Viña Aquitania – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte II – Viña Almaviva – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte III – Antiyal – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte I – Viña Veramonte – Valle de Casablanca
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte II – Viña Loma Larga – Valle de Casablanca
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