O
quinto e penúltimo dia da nossa maratona foi dedicado ao Valle del Maipo, uma
extensa região vinícola que engloba a região metropolitana de Santiago e se
espalha nas direções Sul, Norte e Oeste. Seria um dia “triplo A”, nosso roteiro
incluía as Viñas Aquitania, Almaviva e Antiyal.
A região
O
Valle del Maipo é a região vinícola mais conhecida do Chile, e também uma das
mais antigas. Ainda se podem encontrar muitas vinícolas originárias do Século XIX,
com suas caves e belos casarões coloniais. Foi no Maipo que as famílias de
maior tradição, muitas das quais com suas fortunas advindas da mineração,
buscaram com as vinícolas uma posição também de status social.
A
partir do Século XX, o Chile (e especialmente o Maipo) passou por uma segunda
fase de expressiva expansão vitivinícola, com a instalação de vinícolas de
inspiração francesa. O reconhecimento do Valle del Maipo pela produção dos mais
famosos Cabernet Sauvignon e dos mais finos Carmenère chilenos são atribuídos por
muitos autores a essas vinícolas.
É
um vale dedicado principalmente à produção de uvas tintas (85% do total), com
destaque para a Cabernet Sauvignon (66%), Merlot, Syrah e Carmenère. A região
leste do vale, a mais próxima dos Andes, produz os melhores Cabernet Sauvignon.
O
setor de expansão mais recente, que toma a direção do litoral, se beneficia da
influência dos ventos frios para a produção de tintos frescos e de maior
acidez. Já o setor central é dedicado à produção dos melhores Carmenére.
A vinícola
A
Aquitania se localiza na região metropolitana de Santiago, cercada por
condomínios residenciais.
A
vinícola é um dos melhores exemplos da inspiração franco-chilena que
mencionamos. Fundada em 1990, hoje a composição societária inclui três
franceses e um chileno.
Os
sócios franceses são fortemente ligados à tradição vinícola de seu país: Bruno Prats (proprietario e enólogo do Chateau Cos d’Estournel entre
1968-1998) e Paul Pontallier enólogo e atual Gerente General do Chateau
Margaux são da região de Bordeaux, e Ghislain de Montgolfer Presidente
de Champagne Bollinger entre 1993 a 2008 atua em Champagne. A tradição
chilena vem do Sócio Diretor Felipe de Solminihac, conceituado enólogo e
consultor de diversas vinícolas.
A visita e a
degustação
Fomos
recebidos por Eduardo de Salminihac,
responsável pela área de Mercado Nacional e Exportações e filho do Sócio
Diretor, Felipe de Solminihac. De
acordo com Eduardo, o Brasil é o maior mercado da Aquitania, com cerca de 25%
de participação, seguido do mercado asiático.
Iniciamos
a visita pelo mirante, depois pela bodega e finalizamos com a degustação dos
melhores rótulos da vinícola. Tivemos o privilégio de ter a degustação
conduzida pelo próprio Felipe de Solminihac.
A
propriedade conta com 18 ha de vinhedos de Cabernet Sauvignon e Carmenére para
a produção dos vinhos Aquitania Rosé, Aquitania Reserva e o ícone Lazuli. Outra
área no Valle del Malleco (a 650km ao sul de Santiago) se destina à produção de
Chardonnay e Pinot Noir para a linha Sol de Sol. Mas todos são vinificados
aqui, na bodega do Maipo.
São
os próprios sócios que decidem as mesclas, dando individualidade aos vinhos da
Aquitania. A intenção é produzir vinhos elegantes, fáceis de beber e que
envelheçam bem em garrafa.
Depois
da prensa, os vinhos seguem para a fermentação. O Sol de Sol Chardonnay
fermenta em barricas de carvalho de 400 litros antes de seguir para o estágio
em barricas menores por mais 8 meses. O padrão são barricas francesas, mas
estão fazendo alguns testes com carvalho húngaro.
O
vinho premium, Lazuli, estagia cerca de 18 meses em barricas, enquanto o Sol de
Sol Pinot Noir estagia por 11 meses.
Depois
passamos à área de estoque, engarrafamento e rotulagem. Para manter temperatura
e umidade ideais, o telhado é irrigado com água.
Terminado
o passeio pelas belas instalações, o Sr. Felipe se juntou a nós para conduzir a
degustação. Foram três vinhos: Sol de Sol Chardonnay 2009, Sol de Sol Pinot Noir
2009 e Lazuli 2004.
![]() |
Degustação comandada por Felipe de Solminihac |
De
um belo amarelo palha, esse Chardonnay é produzido com uvas de pés francos,
provenientes do Valle del Malleco, e é considerado por muitos um dos melhores
do Chile.
Apresentou
uma boa variedade de aromas, onde destacamos as notas de limão siciliano,
jasmim, mel, manteiga e cocada (esse último devido à passagem em madeira).
Também
produzido com uvas do Valle del Malleco, esse Pinot Noir surpreendeu pela variedade
e qualidade de aromas.
De
bela cor rubi, com a intensidade média típica da Pinot Noir, percebemos com
mais intensidade os aromas de frutas vermelhas (cereja, ameixa, cassis...) além
de um agradável frescor mentolado e um pouco de terra molhada. Também estavam presentes alguma pimenta,
violetas e café.
O
ícone da Aquitania tem o nome em homenagem à pedra preciosa símbolo do Chile, o
lapislázuli.
E
não decepciona! De bela cor rubi escura, quase granada e bom corpo, esse belo
exemplar de 2004 apresentou agradáveis aromas bastante complexos, de evolução.
Destacamos café, moka, pimentões maduros e especiarias (cravo e pimenta do
reino). De final longo e agradável.
Agradecemos
à Aquitania a ótima recepção!
E
como o tempo, infelizmente, não pára, seguimos para o próximo destino:
Almaviva.
Acompanhe a nossa maratona abaixo:
Idas e Vinhas na estrada - Roteiro completo da Volta ao Chile
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 - Viña von Siebenthal – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 parte II - Viña Errazuriz – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte I – Casa Marín – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte II – Matetic – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte I – Altaïr – Valle de Cachapoal
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte II – Santa Helena – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte III – Almoço Casa Silva – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte IV – Viña VIK – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte I – Viña Montes – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte II – Casa Lapostolle – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte III – Neyen – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte II – Viña Almaviva – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte III – Antiyal – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte I – Viña Veramonte – Valle de Casablanca
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte II – Viña Loma Larga – Valle de Casablanca
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 - Viña von Siebenthal – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na estrada – 10/12/2012 parte II - Viña Errazuriz – Valle de Aconcagua
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte I – Casa Marín – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 11/12/2012 parte II – Matetic – Valle de San Antonio
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte I – Altaïr – Valle de Cachapoal
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte II – Santa Helena – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte III – Almoço Casa Silva – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 12/12/2012 parte IV – Viña VIK – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte I – Viña Montes – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte II – Casa Lapostolle – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 13/12/2012 parte III – Neyen – Valle de Colchagua
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte II – Viña Almaviva – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte III – Antiyal – Valle del Maipo
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte I – Viña Veramonte – Valle de Casablanca
Idas e Vinhas na Estrada – 15/12/2012 parte II – Viña Loma Larga – Valle de Casablanca
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