Idas e Vinhas na Estrada – 14/12/2012 parte I – Viña Aquitania – Valle del Maipo

Idas e Vinhas

O quinto e penúltimo dia da nossa maratona foi dedicado ao Valle del Maipo, uma extensa região vinícola que engloba a região metropolitana de Santiago e se espalha nas direções Sul, Norte e Oeste. Seria um dia “triplo A”, nosso roteiro incluía as Viñas Aquitania, Almaviva e Antiyal.

A região
O Valle del Maipo é a região vinícola mais conhecida do Chile, e também uma das mais antigas. Ainda se podem encontrar muitas vinícolas originárias do Século XIX, com suas caves e belos casarões coloniais. Foi no Maipo que as famílias de maior tradição, muitas das quais com suas fortunas advindas da mineração, buscaram com as vinícolas uma posição também de status social.

A partir do Século XX, o Chile (e especialmente o Maipo) passou por uma segunda fase de expressiva expansão vitivinícola, com a instalação de vinícolas de inspiração francesa. O reconhecimento do Valle del Maipo pela produção dos mais famosos Cabernet Sauvignon e dos mais finos Carmenère chilenos são atribuídos por muitos autores a essas vinícolas.

É um vale dedicado principalmente à produção de uvas tintas (85% do total), com destaque para a Cabernet Sauvignon (66%), Merlot, Syrah e Carmenère. A região leste do vale, a mais próxima dos Andes, produz os melhores Cabernet Sauvignon.

O setor de expansão mais recente, que toma a direção do litoral, se beneficia da influência dos ventos frios para a produção de tintos frescos e de maior acidez. Já o setor central é dedicado à produção dos melhores Carmenére.

A vinícola
A Aquitania se localiza na região metropolitana de Santiago, cercada por condomínios residenciais.

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A vinícola é um dos melhores exemplos da inspiração franco-chilena que mencionamos. Fundada em 1990, hoje a composição societária inclui três franceses e um chileno.

Os sócios franceses são fortemente ligados à tradição vinícola de seu país: Bruno Prats (proprietario e enólogo do Chateau Cos d’Estournel entre 1968-1998) e Paul Pontallier enólogo e atual Gerente General do Chateau Margaux são da região de Bordeaux, e Ghislain de Montgolfer Presidente de Champagne Bollinger entre 1993 a 2008 atua em Champagne. A tradição chilena vem do Sócio Diretor Felipe de Solminihac, conceituado enólogo e consultor de diversas vinícolas.

A visita e a degustação
Fomos recebidos por Eduardo de Salminihac, responsável pela área de Mercado Nacional e Exportações e filho do Sócio Diretor, Felipe de Solminihac. De acordo com Eduardo, o Brasil é o maior mercado da Aquitania, com cerca de 25% de participação, seguido do mercado asiático.

Iniciamos a visita pelo mirante, depois pela bodega e finalizamos com a degustação dos melhores rótulos da vinícola. Tivemos o privilégio de ter a degustação conduzida pelo próprio Felipe de Solminihac.

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A propriedade conta com 18 ha de vinhedos de Cabernet Sauvignon e Carmenére para a produção dos vinhos Aquitania Rosé, Aquitania Reserva e o ícone Lazuli. Outra área no Valle del Malleco (a 650km ao sul de Santiago) se destina à produção de Chardonnay e Pinot Noir para a linha Sol de Sol. Mas todos são vinificados aqui, na bodega do Maipo.

São os próprios sócios que decidem as mesclas, dando individualidade aos vinhos da Aquitania. A intenção é produzir vinhos elegantes, fáceis de beber e que envelheçam bem em garrafa.

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Depois da prensa, os vinhos seguem para a fermentação. O Sol de Sol Chardonnay fermenta em barricas de carvalho de 400 litros antes de seguir para o estágio em barricas menores por mais 8 meses. O padrão são barricas francesas, mas estão fazendo alguns testes com carvalho húngaro.

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O vinho premium, Lazuli, estagia cerca de 18 meses em barricas, enquanto o Sol de Sol Pinot Noir estagia por 11 meses.

Depois passamos à área de estoque, engarrafamento e rotulagem. Para manter temperatura e umidade ideais, o telhado é irrigado com água.

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Terminado o passeio pelas belas instalações, o Sr. Felipe se juntou a nós para conduzir a degustação. Foram três vinhos: Sol de Sol Chardonnay 2009, Sol de Sol Pinot Noir 2009 e Lazuli 2004.

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Degustação comandada por Felipe de Solminihac
De um belo amarelo palha, esse Chardonnay é produzido com uvas de pés francos, provenientes do Valle del Malleco, e é considerado por muitos um dos melhores do Chile.

Apresentou uma boa variedade de aromas, onde destacamos as notas de limão siciliano, jasmim, mel, manteiga e cocada (esse último devido à passagem em madeira).

Também produzido com uvas do Valle del Malleco, esse Pinot Noir surpreendeu pela variedade e qualidade de aromas.

De bela cor rubi, com a intensidade média típica da Pinot Noir, percebemos com mais intensidade os aromas de frutas vermelhas (cereja, ameixa, cassis...) além de um agradável frescor mentolado e um pouco de terra molhada. Também estavam presentes alguma pimenta, violetas e café.

O ícone da Aquitania tem o nome em homenagem à pedra preciosa símbolo do Chile, o lapislázuli.

E não decepciona! De bela cor rubi escura, quase granada e bom corpo, esse belo exemplar de 2004 apresentou agradáveis aromas bastante complexos, de evolução. Destacamos café, moka, pimentões maduros e especiarias (cravo e pimenta do reino). De final longo e agradável.

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Agradecemos à Aquitania a ótima recepção!

E como o tempo, infelizmente, não pára, seguimos para o próximo destino: Almaviva.

Acompanhe a nossa maratona abaixo:

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